publicado em: 02/02/2021
"Um cara que não se cansa de correr na direção contrária"
Formado em Administração pela Universidade Federal do Ceará/UVA Cetrede
ARTHUR LIRA VENCEU

Deu a lógica. Quem compra o Centrão vence eleição, barra impeachment e faz o diabo. Jair Bolsonaro foi às compras, e com 302 votos elegeu Lira.
Fosse em outros tempos seria fácil celebrar a vitória como obra e fruto de um governo forte. Só que o governo não é forte. As verbas é que são.
Basta avaliar a posição dos deputados federais do nosso Ceará. Quase todos são governistas aqui, e apoiam Camilo Santana, não por ideologia, mas por mera e pura conveniência.
Em Brasília uma boa parte deles é Bolsonaro, não por ideologia, mas porque o governo tem dinheiro para comprar, tem cargos e verbas para distribuir. Votaram em Arthur Lira como um negócio.
O que esperar do vencedor? Aliado do ex-presidiário Eduardo Cunha, foi governista roxo no tempo do PT, e depois ajudou a cassar Dilma. É ficha suja, adora recurso público. É a cara do Centrão.
Ao cutucar Rodrigo Maia ele disse uma frase um tanto infeliz: "temos que retirar o superpoder da presidência". Ora. E como ele pretende exercer o poder na Câmara Federal? Sendo fraco?
A fatura virá depois. Pelos cálculos o governo liberou mais de R$: 3 bi para garantir os votos que elegeram Lira. Bolsonaro queria derrotar Rodrigo Maia e jogou pesado. Venceu.
De rescaldo temos o governo cada vez mais nas mãos do Centrão, filme que já vimos antes com Michel Temer e com Dilma Rousseff.
Quanto a Bolsonaro pode comemorar, mas não terá vida fácil com o Centrão, pois os "serviços de delivery político" que ele oferece são sempre muito caros, e implacáveis com a fatura.
Se Arthur Lira continuar sendo o que é, a relação de lua-de-mel entre ele e Jair Bolsonaro será curta. "Fechados com o presidente", só os fanáticos que tudo aceitam e dizem sim.
Então não se surpreendam se em alguns meses as redes do bolsonarismo atacarem Lira com mais virulência que contra Rodrigo Maia.
E o país como fica? E daí, porra?
FOTO
Sérgio Lima / AFP
Fonte: Cláudio Teran
Publicado por Cláudio Teran